O tratamento da ST é bastante complicado. Por um lado, temos o paciente e/ou seus pais ansiosos por resultados. Do outro lado, temos o fato de que o tratamento nem sempre é rápido. A ST tem a característica de oscilar ao longo do tempo, há fases de melhora e fases de piora, aparentemente sem motivo. Isso ocorre mesmo durante o tratamento. Ou seja, a medicação para os tiques não os suprime completamente. Quem tem a expectativa de ficar “zerado”, certamente vai ficar frustrado. Algumas pessoas ficam sem tiques, mas a maioria tem uma redução dos tiques que lhe facilita a vida e muitas vezes isso é o que basta.
Por isso tudo, é fundamental que o paciente tenha paciência para observar o resultado do tratamento por um tempo que muitas vezes parece longo demais, como dois ou três meses. Antes disso não dá para dizer que determinado tratamento não funciona. As doses são aumentadas aos poucos, para evitar efeitos colaterais e a própria oscilação dos tiques pode dar uma impressão errada sobre se o remédio está ou não funcionando.
Se o paciente não tem essa consciência, ele pode achar que o médico não acertou no remédio, ou achar que o médico não entende do problema e procurar outro. E esse “doctor shopping” não leva a nada, exceto mais estresse. Claro que nem todo remédio funciona para todas as pessoas. Portanto, se depois de três meses não há melhora e a dose está na máxima tolerada e/ou permitida, então sim vale a pena partir para outra medicação.
Este post é para alertar para a necessidade de persistência e paciência. Sem elas, fica difícil tratar e ser tratado para a síndrome de Tourette.
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