domingo, 21 de outubro de 2018

Alumínio, Tourette, autismo e saúde neuronal


Sempre que eu atendo um paciente novo faço uma investigação cuidadosa de seus hábitos de vida, alimentação, medicamentos e suplementos em uso. Com base na história clínica, de vida, e sintomas apresentados, peço uma série de exames para investigar mais profundamente como se encontra o organismo da pessoa e se há algo que possa estar influenciando os sintomas apresentados. Cada vez mais frequente é o achado de alumínio aumentado no sangue de meus pacientes com tiques.
O alumínio em excesso pode vir de fontes alimentares como produtos com aditivos químicos que contém alumínio, cosméticos, comida preparada em panelas de alumínio, embalagens de alumínio etc.
A presenta de taxas altas de alumínio no cérebro já foi associada a doença de Alzheimer. Aumento de alumínio em pacientes com insuficiência renal , ou seja, que não excretam o alumínio adequadamente,  causaram sintomas cognitivos, convulsões . Há diversos estudos que indicam o alumínio como possível causa de alterações no sistema nervoso central, tanto no curto como no longo prazo, a depender de dose, tempo e forma de exposição e fatores individuais de susceptibilidade. Existem evidências também de que o alumínio poderia participar da ativação de uma serie de reações pró-inflamatórias, com repercussão no sistema imunológico, que por sua vez poderiam afetar estruturas cerebrais como o núcleo central da amigdala, que por sua vez afeta o eixo hipotálamo-hipofisário. Alterações no eixo H-H podem levar a hiper ou hipoativação do sistema imunológico, facilitando o desenvolvimento de doenças autoimunes ou reduzindo a capacidade de defesa do organismo, respectivamente.
Assim, existem diversos motivos que levam pesquisadores a acreditar que os transtornos do espectro do autismo possam ter alguma relação com toxicidade cerebral devida a alumínio, e, consequentemente, me leva a pensar que o mesmo possa ocorrer com a síndrome de Tourette.
Fica a sugestão de que reduzam sua exposição ao alumínio ao mínimo possível.

 Baseado no artigo

Shaw CA. Aluminum as a CNS and Immune System Toxin Across the Life Span. Adv Exp Med Biol. 2018;1091:53-83. doi: 10.1007/978-981-13-1370-7_4.

terça-feira, 9 de outubro de 2018

Psiquiatria Integrativa


O que é medicina integrativa? Medicina Integrativa é a prática da medicina que valoriza muito a relação entre o paciente e o profissional de saúde. Ela é focada na pessoa como um todo, informada por evidências (testes laboratoriais, anamnese, exame físico) e faz uso de todas as abordagens terapêuticas adequadas, com profissionais de saúde e várias disciplinas relacionadas para obter o melhor resultado em direção à cura.
Na psiquiatria integrativa, contamos com o exame psíquico, exames laboratoriais, análise detalhada de hábitos de vida e algumas vezes testes genéticos. O tratamento não será feito somente com medicamentos psiquiátricos, pois estaremos buscando o equilíbrio como um todo. Assim, a recomendação será global, com a prática de exercícios, psicoterapia, suplementos, mudança de hábitos de vida. Em alguns casos é possível usar o mínimo de medicação ou doses mais baixas, em outros casos somente suplementação pode trazer grandes benefícios, por vezes reduzindo a necessidade ou postergando o uso de medicação psicotrópica.