Sempre que eu atendo um paciente
novo faço uma investigação cuidadosa de seus hábitos de vida, alimentação,
medicamentos e suplementos em uso. Com base na história clínica, de vida, e
sintomas apresentados, peço uma série de exames para investigar mais profundamente
como se encontra o organismo da pessoa e se há algo que possa estar
influenciando os sintomas apresentados. Cada vez mais frequente é o achado de
alumínio aumentado no sangue de meus pacientes com tiques.
O alumínio em excesso pode vir de
fontes alimentares como produtos com aditivos químicos que contém alumínio, cosméticos,
comida preparada em panelas de alumínio, embalagens de alumínio etc.
A presenta de taxas altas de alumínio
no cérebro já foi associada a doença de Alzheimer. Aumento de alumínio em
pacientes com insuficiência renal , ou seja, que não excretam o alumínio adequadamente,
causaram sintomas cognitivos, convulsões
. Há diversos estudos que indicam o alumínio como possível causa de alterações no
sistema nervoso central, tanto no curto como no longo prazo, a depender de
dose, tempo e forma de exposição e fatores individuais de susceptibilidade.
Existem evidências também de que o alumínio poderia participar da ativação de
uma serie de reações pró-inflamatórias, com repercussão no sistema imunológico,
que por sua vez poderiam afetar estruturas cerebrais como o núcleo central da
amigdala, que por sua vez afeta o eixo hipotálamo-hipofisário. Alterações no
eixo H-H podem levar a hiper ou hipoativação do sistema imunológico, facilitando
o desenvolvimento de doenças autoimunes ou reduzindo a capacidade de defesa do
organismo, respectivamente.
Assim, existem diversos motivos
que levam pesquisadores a acreditar que os transtornos do espectro do autismo possam
ter alguma relação com toxicidade cerebral devida a alumínio, e,
consequentemente, me leva a pensar que o mesmo possa ocorrer com a síndrome de
Tourette.
Fica a sugestão de que reduzam sua
exposição ao alumínio ao mínimo possível.
Baseado no artigo
Shaw CA. Aluminum as a CNS and Immune System Toxin
Across the Life Span. Adv Exp Med Biol. 2018;1091:53-83. doi:
10.1007/978-981-13-1370-7_4.
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