O transtorno obsessivo-compulsivo(TOC) afeta até 2% da população geral e a síndrome de Tourette(ST),1%. Encontrem aqui dados interessantes sobre os dois. Espero contribuir para a sua divulgação.
(Ana Hounie é Psiquiatra. Doutora em Ciências pela Faculdade de Medicina da USP de São Paulo. Ex-Supervisora do ambulatório de TOC e ST na Unidade de Psiquiatria da Infância e Adolescência (UPIA- UNIFESP). Colabora com o PROTOC -HC FMUSP. Tem livros e artigos científicos publicados sobre o assunto.
sábado, 30 de novembro de 2013
Nosso Livro sobre Tourette na Estante Virtual
Há uma profusão de livros nos sebos, de novos a usados e com vários preços. Para quem não tem e quer pagar menos, vale a pena dar uma olhada: http://www.estantevirtual.com.br/q/hounie
Parabéns, Dra., e obrigado pelo seu importante trabalho. A segunda edição do livro de vocês é uma das minhas referências para o meu livro sobre SGT que já comecei a escrever. Att, Marcelo.
Os espasmos e tiques faciais que ele tem enquanto fala são bastante evocativos dos sintomas de um touréttico, com a diferença de que são desencadeados por uma tarefa específica.
Os espasmos e tiques faciais que ele tem enquanto fala são bastante evocativos dos sintomas de um touréttico, com a diferença de que são desencadeados por uma tarefa específica.
É possível identificar sinais de ST nesse caso? Que especialidade médica uma pessoa com esse tipo de sintoma deve procurar?
Em um dos trechos do vídeo, é informado que o garoto fez o tratamento convencional para a gagueira (com fonoaudiólogos, como você disse), mas não funcionou.
Veja então que situação difícil... De um lado, a ineficácia da fonoaudiologia; do outro, a indiferença da medicina. Diante disso, o que sobra para a pessoa com gagueira?
Conheço dois estudantes de medicina com gagueira que, por pura falta de alternativa, tiveram que recorrer à automedicação. Um toma risperidona e o outro asenapina para controlar os espasmos faciais e os bloqueios na fala. E quando precisam apresentar seminários, adicionam rivotril ao esquema terapêutico
Tenho certeza de que só fazem isso porque é quase impossível encontrar no Brasil um médico capaz de orientar adequadamente um paciente com gagueira que precise de auxílio medicamentoso.
Eu imaginava que um médico que entendesse de síndrome de Tourette fosse naturalmente habilitado a entender de gagueira também. Não é?
entendo sua revolta. Há casos de tourette que tambem nao melhoram com nada. O mesmo ocorre com a gagueira. Nem sempre os neurolepticos sao eficazes. Já tratei de casos que pioravam da gagueira. Acredita-se que ambas as doenças envolvam os gânglios da base, já se pensou em associação genética entre ST e gagueira, o que não foi comprovado. Talvez você devesse conversar com um especialista em gagueira. As publicações na área médica são poucas. Um especialista em gagueira deve saber das novidades e dos melhores recursos para seu tratamento. Um pesquisador nessa área talvez possa ajudar. Saber sobre Tourette não implica saber sobre gagueira.
O artigo deixa evidente que, assim como há neurolépticos que pioram a gagueira, há também os que melhoram. O que falta mesmo é uma maior familiaridade dos médicos com o assunto — e, claro, um maior interesse em estudá-lo.
Será que, para que um médico tenha interesse em estudar gagueira, ele precisa necessariamente ter o distúrbio, como ocorreu com este especialista da Universidade da Califórnia que descobri no google buscando por "médico especialista em gagueira" ? Dr. Gerald Maguire: uma raridade dentro da medicina
São quase 2 milhões de brasileiros que convivem com este limitante distúrbio. Com uma prevalência significativa como essa, é muito difícil entender por que os médicos no Brasil não estudam isso mais seriamente.
Parabéns, Dra., e obrigado pelo seu importante trabalho. A segunda edição do livro de vocês é uma das minhas referências para o meu livro sobre SGT que já comecei a escrever. Att, Marcelo.
ResponderExcluirObrigada Marcelo, depois nos conte sobre seu livro.
ExcluirDra. Ana Hounie, veja que caso interessante foi publicado hoje no periódico Journal of Child and Adolescent Psychopharmacology: http://bit.ly/1dmk3gZ
ResponderExcluirUm garoto de 9 anos com PANDAS, muitos sintomas de TOC e gagueira: http://bit.ly/1cAXKSR
É comum esse tipo de associação?
Comprei seu livro.
Não é muito comum tanto que há debate na literatura sobre sua existência. No meu livro falamos sobre isso. Espero que goste!
ResponderExcluirDra., o garoto mostrado no vídeo a seguir tem gagueira ou síndrome de Tourette? http://youtu.be/AvUYYIHT4_E
ResponderExcluirOs espasmos e tiques faciais que ele tem enquanto fala são bastante evocativos dos sintomas de um touréttico, com a diferença de que são desencadeados por uma tarefa específica.
É possível identificar sinais de ST nesse caso?
Dra., o garoto mostrado no vídeo a seguir tem gagueira ou síndrome de Tourette? http://youtu.be/AvUYYIHT4_E
ResponderExcluirOs espasmos e tiques faciais que ele tem enquanto fala são bastante evocativos dos sintomas de um touréttico, com a diferença de que são desencadeados por uma tarefa específica.
É possível identificar sinais de ST nesse caso? Que especialidade médica uma pessoa com esse tipo de sintoma deve procurar?
Obrigado.
Gagueira. Tratamento com fonoaudiólogos.
ExcluirEm um dos trechos do vídeo, é informado que o garoto fez o tratamento convencional para a gagueira (com fonoaudiólogos, como você disse), mas não funcionou.
ExcluirVeja então que situação difícil... De um lado, a ineficácia da fonoaudiologia; do outro, a indiferença da medicina. Diante disso, o que sobra para a pessoa com gagueira?
Quase nada. Ou ela se automedica ou faz isto: Stuttering leads man to commit suicide
Conheço dois estudantes de medicina com gagueira que, por pura falta de alternativa, tiveram que recorrer à automedicação. Um toma risperidona e o outro asenapina para controlar os espasmos faciais e os bloqueios na fala. E quando precisam apresentar seminários, adicionam rivotril ao esquema terapêutico
Tenho certeza de que só fazem isso porque é quase impossível encontrar no Brasil um médico capaz de orientar adequadamente um paciente com gagueira que precise de auxílio medicamentoso.
Eu imaginava que um médico que entendesse de síndrome de Tourette fosse naturalmente habilitado a entender de gagueira também. Não é?
entendo sua revolta. Há casos de tourette que tambem nao melhoram com nada. O mesmo ocorre com a gagueira. Nem sempre os neurolepticos sao eficazes. Já tratei de casos que pioravam da gagueira. Acredita-se que ambas as doenças envolvam os gânglios da base, já se pensou em associação genética entre ST e gagueira, o que não foi comprovado. Talvez você devesse conversar com um especialista em gagueira. As publicações na área médica são poucas. Um especialista em gagueira deve saber das novidades e dos melhores recursos para seu tratamento. Um pesquisador nessa área talvez possa ajudar. Saber sobre Tourette não implica saber sobre gagueira.
ExcluirDra. Ana, o caso a seguir é bem instrutivo em relação à questão dos neurolépticos que pioram ou melhoram a gagueira: Gagueira induzida por aripiprazol e tratada com risperidona
ExcluirO artigo deixa evidente que, assim como há neurolépticos que pioram a gagueira, há também os que melhoram. O que falta mesmo é uma maior familiaridade dos médicos com o assunto — e, claro, um maior interesse em estudá-lo.
Será que, para que um médico tenha interesse em estudar gagueira, ele precisa necessariamente ter o distúrbio, como ocorreu com este especialista da Universidade da Califórnia que descobri no google buscando por "médico especialista em gagueira" ? Dr. Gerald Maguire: uma raridade dentro da medicina
São quase 2 milhões de brasileiros que convivem com este limitante distúrbio. Com uma prevalência significativa como essa, é muito difícil entender por que os médicos no Brasil não estudam isso mais seriamente.