Colecionar discos, revistas, camisetas de time de futebol é um hábito comum para muitas pessoas.
Mas o que acontece quando esse hábito foge do controle e passa a ser um transtorno? De colecionadores, as pessoas passam a ser acumuladores e quem está perto vê suas casas e suas vidas se tornarem um depósito de entulhos.
Apesar de ainda ser considerado como um sintoma de outros distúrbios psiquiátricos, vários pesquisadores sugerem que o colecionismo já seja incluído no Manual de Estatística e Diagnóstico de Doenças Mentais.
Esse transtorno, que está começando a ser mais divulgado agora, atinge mais mulheres que homens.
Nesta quarta-feira (8), Ana Hounie, pesquisadora do Protoc (projeto do transtorno obsessivo-compulsivo) do HC, conversou sobre o assunto com o Doutor.
O colecionismo é patológico quando a quantidade de coisas colecionadas é tão grande que a casa fica entulhada, quando a pessoa quer jogar as coisas fora e não consegue, quando atribui um valor emocional às coisas.
Se você também anda acumulando coisas na sua casa ou conhece alguém que tenha esse comportamento, fique atento a essas características:
- Guardar itens que normalmente não são colecionáveis;
- Atribuir o mesmo valor a todos os objetos, independentemente de quais sejam;
- Comprar e guardar quantidades excessivas de algum tipo de produto;
- Ficar ansioso ou estressado ao tentar se desfazer de algum objeto;
- Não entender quando alguém sugere que alguma de suas coisas seja inútil e precise ser jogada fora;
- Não ter mais espaço no quarto ou na casa devido ao excesso de coisas amontoadas.
Esses podem ser sinais de compulsão. Ter consciência do problema já é um começo, mas o maior passo é buscar ajuda.
No caso do colecionismo, o ideal é buscar acompanhamento psicológico e psiquiátrico.
O tratamento consiste basicamente em terapia. Nos casos mais críticos, a medicação pode ser uma alternativa.
É fundamental entender que é normal mantermos as coisas enquanto são úteis e quando não precisarmos mais delas, devemos reciclá-las ou doá-las.
O transtorno obsessivo-compulsivo(TOC) afeta até 2% da população geral e a síndrome de Tourette(ST),1%. Encontrem aqui dados interessantes sobre os dois. Espero contribuir para a sua divulgação. (Ana Hounie é Psiquiatra. Doutora em Ciências pela Faculdade de Medicina da USP de São Paulo. Ex-Supervisora do ambulatório de TOC e ST na Unidade de Psiquiatria da Infância e Adolescência (UPIA- UNIFESP). Colabora com o PROTOC -HC FMUSP. Tem livros e artigos científicos publicados sobre o assunto.
quarta-feira, 8 de junho de 2011
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Aff, sofro com TOC, creio que o que mais está me incomodando seja o colecionismo, na verdade fui entrando nessa sem perceber...agora que estou com quase 3 ambientes da minha casa entulhados é que me TOCuei, rs, e sou engraçadinha também, como toda TDA...preciso urgentemnete me livrar das coisas mas não consigo, sempre encontro um motivo para guarda-las, sou capaz de convence-la..tenho roupas, latas, antiguidades, discos, papeis, cartas, vidros de perfume, meu Deus...oque eu faço...
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Excluirestou com psiquiatra e psicologa mas ainda estou acumulando coisas,minha casa está toda tomada gostaria de jogar tudo fora mas nao tenho forças para isso preciso que alguem venha e limpe e organize para mim,mas não sei onde encontrar este tipo de ajuda,ando super ansiosa e desesperada pq nem consigo andar em casa,será que podem me indicar alguem ou lugar onde posso encontrar esta ajuda?obrigada
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